...e o Português, também...
Repare-se nas contas que faz o "Público" de hoje, relativamente aos futebolistas espanhóis a jogar no Benfica:
"Com a contratação iminente de Rodrigo (poderá ser apresentado no jogo desta noite com o Tottenham às 19h 45 m, na Luz), o Benfica passa a ter três jogadores espanhóis no plantel principal, para além de Roberto e Javi Garcia".
Ora, três jogadores para além de Roberto e Javi Garcia, são pelas minhas contas, cinco.
Pelas de Marco Vaza, o autor do artigo ["Internacionais e desconhecidos, é este o retrato dos jogadores espenhóis na Liga portuguesa", in "Público" de 03.08.10] e do singularíssimo exercício de cálculo, não---porquanto imediatamente acima escreve textualmente:
"Seis jogadores espanhóis vão actuar na principal Liga portuguesa, o dobro dos que estiveram na época passada. Metade estão no Benfica.
Ora, se no Benfica há cinco, o dobro são dez, não são seis, como refere o subtítulo do artigo...
Para trapalhada, não está mal, não senhor.
Deve ser... "cálculo técnico", "made in Independente" ou coisa assim...
Já agora, registo aqui porque, para além da Matemática, falei, também, no Português e nas suas dificuldades um artigo do "Público", também, do suplemento "Fugas" de 13.02.10 onde um senhor viajante chamado Filipe Mourato Gomes descreve assim [no artigo intitulado "Amapá: na Amazónia com um índio tikuna"] um determinado momento das suas, sem dúvida, emocionantes deambulações pela selva brasileira: "Uma enorme tarântula, negra e peluda como a maioria das tarântulas, esperava por nós à entrada de uma cabana de madeira sem portas nem janelas que iria servir de abrigo durante a noite, para lá de Porto Grande. Ela e "seu" Benê, morador temporário de uma casinha sob estacas [...]".
O autor, sempre tão disponíveil para a minúcia nos pormenores, não esclarecem por que cargas de água havia alguém de construir uma cabana debaixo de estacas ou, em igualmente não muito facilmente entendível alternativa, haveria o mesmo singularíssimo arquitecto de decorar a sua obra com um artístico jogo de estacas... no telhado.
Obra na qual, um pouco mais à frente, por uma razão qualquer igualmente não especificada, decide deslocar a ornamentação em causa, agora, sim, compreensivelmente para debaixo da casa quando escreve: "Algumas cabanas de madeira, a maioria sobre estacas...".
As estacas servem, segundo ele na sua pessoalíssima semântica, para atenuar as terríveis consequências das... "diatribes" [sic] do rio Araguari.
Já estão a ver as angústias do viajante: além de levar com a água ainda tem de ouvir o rio discursar!
Livra! Muito sofre quem viaja!
Quase tanto como a pobre da Matemática e o infeliz do Português às mãos destes 'lexicalmente desempoeirados' e 'algebricamente muito desinibidos' "calculistas" e falantes para quem três e três são... dez e as "diabruras" dos rios, por muito que tentem, não conseguem distinguir-se das respectivas [?] "diatribes"...
[Imagem extraída com a devida vénia de notesfromslushpile-dot-com]
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