Eu até nem sou propriamente de fados et al.
Não sou, pronto!
Aliás, para ser exacto, rigoroso e completamente sincero, eu não sou propriamente "de" coisa alguma com excepção de um conjunto de valores básicos e essenciais de humanidade e de humanismo que não colidem, antes se integram perfeitamente na minha visão pessoal de independência, de dignidade e de liberdade.
Da liberdade possível, em todo o caso: da de espírito, seguramente.
Não sou [e detesto os que o são!] um leitor nem um espectador ou um ouvinte "de géneros" nem um cidadão "de partido": sou [ou gosto de pensar que sou e tento sempre, em qualquer caso, ser] um homem um homem livre que escolhe as suas fidelidades com autonomia, verticalidade e inteira honestidade, os seus amores com o coração.
Não foi, pois, nem por ser nem apesar de ser um fado que elegi para figurar entre as "da minha vida" esta canção de Dulce Pontes [uma cantora que, de resto, tirando esta canção francamente muito pouco me diz] nem por serem de Amália a respectiva letra e música---ainda que [é parte daquele espírito de completa isenção com que tento sempre pautar a minha relação com a realidade nas suas várias formas, naquelas ao encontro das quais enquanto a vida me permitir gosto de acreditar que vou] ainda que, no que respeita a Amália como a tantas outras pessoas, artistas ou não, tente sempre separa o artista do indivíduo.
Escolhi-a porque é um momento absolutamente arrepiante de sentimento, de interpretação e de Música e a tal ponto o é que considero mesmo que ultrapassa em pathos a interpretação da própria Amália que a escreveu e compôs.
É uma daquelas canções que nos fazem acreditar que Deus existe: quanto mais não seja, o dos criadores e daqueles que são suficientemente felizes para lhes conhecerem e, sobretudo, amarem as respectivas criações.
Querido amigo Carlos. Que saudades tenho tido suas. O tempo tem sido pouco por aqui, mas confesso que amei este seu post, pois adoro, adoro, adoro Dulce Pontes.
ResponderEliminarUm beijinho com vista para o castelo, Ava.
E esta canção é, de facto, belíssima, uma coisa... extraterrestre!
ResponderEliminarMas, diga-me cá, Ava: essa actividade toda é bom ou mau sinal?...
Tem de me contar isso?...
Um beijinho e uma óptima semana!
[O cheirinho do Alentejo continua precioso?....]
Dulce Pontes, tal como Amália, vive os poemas que canta! Tem uma notável capacidade de interpretação e de entrega, já para não falar da voz magnífica e da forma séria como encara o que faz. São actos de criação magníficos: a canção e a forma como foi e é interpretada. Um acto de criação que eleva o ser humano, tal como o fazem os tais valores de humanidade e de humanismo!
ResponderEliminarUm beijinho!
:)
Ezul: fico feliz por saber que o seu gosto coincide com o meu.
ResponderEliminarConcordo inteiramente com o que diz sobre o acto ou actos de [re?] criação artística.
Um beijinho muito cordial e amistoso, também!