sábado, 27 de março de 2010

"Renovo aqui..."


...a minha nunca negada admiração pessoal [o meu autêntico fascínio!] pela contradição e pelo paradoxo, considerando-o ambos topicamente espelhados nesse ser, a muitos títulos, deslumbrante, hipnoticamente torrencial e imensamente contraditório que foi Marlene Dietrich.

Num certo sentido particular, ela foi o rosto icónico de uma era histórica e, sobretudo, mental que terminou em 1945.

Depois dela, a História elegeu novos paradigmas, da relação entre os indivíduos às formas materiais concretas de brutalidade passando pels representações abstractas da Cultura [Beleza, Popularidade---a popularidade como forma limite de "beleza"...] enterrando os anteriores numa espécie de grande e silencioso cemitério colectivo regularmente infrequentado que é a memória histórica.

Aí está hoje Marlene.

Aí a fui buscar através de uma canção ela mesma icónica e definitiva onde a arquitectura esmagadora da orquestração engolindo implacavelmente o fio cansado, exausto, da voz humana simboliza admiravelmente todo o mortal horror das ditaduras.


http://www.youtube.com/watch?v=W7J6OPurrtw

Sem comentários:

Enviar um comentário