sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

"Der Blaue Engel"

Marlene Dietrich e a decadência como desafio e provocação cultural.

2 comentários:

  1. Nunca vi o Anjo azul, mas pelo que eu assisti numa programa que vi sobre a biografia de Marlene Dietrich, foi o mais importante trabalho da sua carreira e o que a lançou projecção internacional. Estou certa ou não, amigo Carlos?

    um beijo Ava

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  2. Foi, pelo menos, o mais... 'escandaloso', Amiga Ava!
    Tinha, de resto, tudo para sê-lo: a mulher devoradora de homens, a "queda" moral do professor [que, quer no livro, quer no filme se chama significativamente "Unrat", isto é, qualquer coisa próxima do português "In-sensato"], a lenta degradação deste, a "vingança" dos alunos objecto da sua severidade anterior, etc. etc.
    E Marlene Dietrich, claro!
    O realizador, Joseph von Sternberg preparou ao milímetro o lançamento deste símbolo sexual de quem se dizia [tê-lo-á escrito, confirmando a ideia, a filha] ter tido vários amantes dos dois sexos, entre eles, Hemingway e Chaplin.
    Mas há outros filmes através dos quais ela se foi consagrando no imaginário colectivo global: "Marrocos" com Gary Cooper, "O Expresso de Xangai" onde é igualmente uma mulher com uma conduta muito... heterodoxa , a "Imperatriz Vermelha" onde nos é mais uma vez mostrada como um D. Juan de saias que recebe apaixonados por portas secretas, enfim, ao longo dos tempos foi-se progressivamente consolidando uma mitologia-Marlene, assente no erotismo um pouco 'sombrio' e sempre, de um modo ou de outro, associado [ou associável] ao 'pecado'.
    É pena, volto a dizer, que a televisão tenha abandonado, ao que parece definitivamente, aquele projecto dos "Cinco Noites, Cinco Filmes" onde ainda era possível, fora da Cinemateca, rever essas preciosidades históricas que estão hoje excluídas do [e pelo!] mercado.
    A nossa ideia no "Cine-clube na Biblioteca" era precisamente dá-los a conhecer aos públicos mais jovens...
    Enfim...
    Não terá sido possível mas a ideia era, de facto, essa.
    Pode ser que, um dia...
    Beijinho!
    Carlos

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