terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"Elogio do Trabalho Clandestino--Poema"


Especialmente dedicado, com um especial aceno de carinho e agradecimento aos Amigos Ana, Ava e João Luís por razões que não é necessário especificar [desde certos três 'post' recentes de cada um deles para outra "morada", as palavras deixaram, em larga medida de ser necessárias para que todos nós, eu e todos eles, daqui em diante, nos entendamos, acho eu...] abro a Antologia Poética deste virginal "Oeste" com um texto de Brecht que me foi enviado pela Márcia Cristina Hungenbühler, para o «Facebook»:


É bonito
Usar a palavra na luta de classes
Clamar alto e bom som pela luta das massas
Pisar os opressores
libertar os oprimidos.
Árdua e útil é a pequena tarefa de cada dia
Que secreta e tenaz tece
A rede do partido sob,
Os fuzis apontados dos capitalistas:
Falar mas escondendo o orador.
Vencer mas escondendo o vencedor.
Morrer mas dissimulando a morte.
Pela glória, quem não faria grandes coisas?
Mas quem as faz pelo olvido?
No entanto, o pobre que mal come
senta a honra à sua mesa;
Das pequenas cabanas em ruínas
Surge a grandeza irresistível.
E a glória busca em vão
os autores do grande feito.

Saí da sombra
Por um momento
Rostos anônimos, dissimulados, e aceitai

O nosso agradecimento.


Bertold Brecht
[Imagem extraída com vénia de voiceseducation.org]

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