Extremamente interessante [Não! "Interessante" é dizer pouco! "Estimulante"! Intelectualmente estimulante"] o modo como Pedro Boléo, o crítico musical do "Público" [Mau ou bom, definitivamente o único jornal que se publica hoje, em Portugal!...] aborda a "Missa Solene em Ré Maior, Op. 123" de Beethoven, tocada recentemente no Grande Auditório da Gulbenkian sob a direcção do maestro John Nelson.
Aproximando-se criticamente dela tal como foi executada na circunstância de um modo que a aproxima em tudo da maneira como Godard faz cinema---e revolução através dele: iniciando a revolução política [radicando-a!] ousadamente na própria revolução das formas ou no modo específico de a Arte se relacionar com a realidade.
Uma Arte---e uma consciência!---que não têm a coragem de questionar-se a si mesmas podem questionar?
Quem não se revoluciona, pode alguma vez, revolucionar?
Beethoven, Godard [ou Straub] e John Nelson acreditam que não: que tal escutar, pelo menos, humilde e atentamente---com a atenção e a humildade que merecem---o que cada um deles diz?...
[Na imagem: Beethoven por Steve Kaufmann]
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