Albert Dieudonné, o Napoleão de Gance.
Recordo-o aqui, a Gance, pela importância fulcral que teve na evolução da gramática cinematográfica.
Geralmente menorizado relativamente aos russos nesta matéria, Gance foi, apesar disso, um utilizador por vezes brilhante da montagem em "La Roue" mas, sobretudo, neste seu visionário e, a mais de um título, excessivo "blockbuster", designhadamente na sequência do pátio da Escola Militar onde consegue ser surpreendentemente moderno com recurso a uma montagem admiravelmente expressiva e brilhantemente inovadora.
Caro Amigo, que alegria vê-lo de novo nestas andanças. Confesso que estou muito contente, e apesar de não poder comentar o seu post, pois nunca antes tinha ouvido falar de Gange, mas que agora e graças ao amigo, já fiquei um pouco mais rica, (mas vou pesquisar para conhecer um pouco mais!) Vim apenas para lhe dar as minhas entusiasmadas boas vindas e, é claro, espreitar o seu novo espaço.
ResponderEliminarUm beijinho Ava.
Amiga Ava!
ResponderEliminarEu não sei, sinceramente, como poderei, alguma vez, retribuir as imerecidíssimas 'massagens ao ego' que fico a dever a todos os excelentes Amigos e 'companheiros de viagem virtual' que esta "coisa" [durante muito tempo, para mim... temível e, por isso, literalmente tabu...] da blogosfera me permitiu encontrar!
Sinceramente, ham?...
Uma coisa é certa: suceda o que suceder daqui em diante, já estou plenamente justificado por ter, um dia, decidido dar o passo decisivo de ousar atrever-me a vencer o medo e dar um pulinho aqui...
Quanto ao que escreveu no seu comentário: hoje não é, de facto, penso eu, muito fácil ter acesso a este tipo de cinema, mais... 'clássico'.
"Antigamente", a RTP2, ainda o passava, bem ou mal, num muito meritório e, em má hora, extinto "Cinco Noites, Cinco Filmes" de onde, se bem me lembro, gravei, aliás, a cópia que possuo.
O "Napoléon" é, hoje, sob muitos aspectos, um filme um bocado "demodé" [à época fez sensação com aquela "coisa" dos três écrãs---a "polivisão"---e da cor, da câmara especial construída por um tal André Debrie que permitia---antecipando, curiosamente, o modo como hoje se multiplica informação na televisão---reunir no écrã, em simultâneo, diferentes ângulos da realidade filmada, assim como, na filmagem dos exércitos em marcha, ampliar extraordinariamente o 'campo' total a projectar no plano]; um bocado cansativo para ser ver de uma vez só mas com sequências de facto impressionantes e/ou extremamente bem concebidas, como a tal da academia militar em que o uso da montagem rápida produz um efeito notável no que respeita à construção de uma atmosfera dramática.
O Gance é um pouco o 'Cecil B de Mille francês', isto é, um cineasta técnica e visualmente muito ambicioso, um [bom!] bocado 'comercial' e "populista", que "funciona" como uma espécie de "oposto" conceptual, por exemplo, do Dreyer, o C. T. Dreyer, que representa, por sua vez, o tipo de cineasta que assenta na exploração das potencialidades plásticas do cinema, se me é permitido dizer assim: "normal" [a cor, a luz e as sombras, os ângulos: a geometria dramática do cinema como tal, os rostos, os volumes dispostos em "sílabas" ou "frases" destacadas do próprio "texto", etc.].
São dois modos de conceber a narrativa cinematográfica: um, dá 'para aí' Cinema "tipo John Ford", um cinema amplo, extrovertido--- falsamente objectivo, no caso do Ford; o outro, é o antepassado do "modelo Bergman", introvertido, subjectivo, muito reflexivo e usando basicamente as formas para "pensar" e "pensar-se".
É um bocado o dualismo Strauss/Mahler, na música...
Enfim...
"It takes all kinds", como diz 'o outro'.
Há lugar para todos, diríamos nós.
Um beijinho e diga-me, depois, o que encontrou sobre o Gance e o que lhe pareceu, está bem?